Porque nunca
sabes quem és
até que te
descobres nu em uma ravina escura,
iluminado
apenas pelo raio do teu olhar intruso.
Então te
vês dobrado em membros,
enrugado em
peles, sedoso em pelos;
e te
achas todo enformado em músculos,
retesado em
tensos tendões de arame,
engaiolado o
teu coração exposto
pelas
arestas calcificadas do esqueleto.
Ali estás
nu, curvado sob a verdade sã.
Perderás
o sonho e o útil intento,
quererás
viver mais, e o corpo cansado
buscará no
sono um poderoso unguento.
Na escuridão
do tato, só encontrarás as mãos
que te
arrancarão da face a esperança e a dor,
e sob a pele
viva, marcados os teus desvãos,
a verdade
sóbria e a luz
que da alma emana o teu calor.
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